Aqui apresentamos um documento histórico, um testamento datado de 1893 onde a quinta das Frádigas é deixada em testamento e se torna assim uma povoação. Testamento que faz Manuel João Freire ,sob termo da Quinta das Frádigas , freguesia de Vide .
...Saibam quantos este testamento lerem que sendo o ano do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo de 1893 nos 13 dias do mês de Março, do dito ano, nesta Vila de Oliveira do Hospital e meu cartório aonde eu tabelião estava e fui rogado para fazer este testamento ; aí perante mim e as 5 testemunhas idóneas adiante nomeadas e assinadas compareceu presente em suas próprias pessoas Manuel João Freire, solteiro , de maior idade, proprietário da Quinta das Frádigas freguesia da Vide desta comarca , meu conhecido e das referidas testemunhas , que nos certificamos estar em seu perfeito juízo e livre de toda e qualquer coacção . E pelo mencionado Manuel João Freire foi dito perante meu tabelião e as mesmas testemunhas que faz o seu testamento e disposição da ultima vontade pela forma seguinte : - Eu cristão católico apostólico romano que como tal sempre tem vivido espera morrer e salvar sua alma e que quando falecer quer que seu seja amortalhado decentemente e sepultado em sagrado : que por sua alma se façam digo se farão os sufrágios ao uso da igreja conforme seus teres , dizendo-se por sua alma 20 missas e pela de seu pai 10 .
Que tem 4 filhos naturais que já perfilhou por escritura publicou a qual perfilhação agora confirmou e rectificou pelo presente instrumento ,serão os mesmos seus filhos os seguintes : - José João, Josefa Freire, Rita Freire, casados, de maior idade, e Manuel João freire, falecido, mas representado por um seu filho nascituro, por quem serão divididas as suas heranças na conformidade da lei : Que deixa das forças de seu terço a seu filho José João , casado, da mesma Quinta das Frádigas , uma propriedade de terras de culturas regadias , com videiras, oliveiras e uma casa, sita ao chão da velha, na dita Quinta das Fradigas ,que parte com a ribeira e com Augusto Lajes , pertencendo-lhe da agua da levada meio dia e meia noite no giro de 11 dias ;e dos poços um dia no giro de 9 dias .- disse mais que se algum dos seus herdeiros impugnar este legado , ao filho dele testado ,legatário José João ,deixa todo o seu terço de seus bens moveis e de raiz direitos e acções somente no caso de haver impugnação :- Que nomeia para seu testamenteiro ao dito seu filho José João , para lhe cumprir seu funeral e sem da alma na forma determinada dentro de um ano depois do seu falecimento:- E que por esta forma tinha feito este seu testamento que por ele revoga outro qualquer anteriormente feito, no seu todo , e quis que só este valha e tenha todas as forças e vigor .
Assim o disse, perante as testemunhas Manuel Galvão solteiro, Manuel Mendes da Silva, solteiro, António Francisco, casado , José Francisco Garcia ,casado, todos do Rio de Mel freguesia de São Gião ,e Manuel Mendes , solteiro , do Pisão da mesma freguesia , os quais todos são maiores , proprietários meus conhecidos e assinam esta disposição com o testador e comigo tabelião depois de escrito e lido por mim em voz alta na presença das mesmas testemunhas , visto o testador não o querer ler apesar de o advertir de que o podia fazer . Foram praticados em acto continuo todas estas formalidades de cujo cumprimento dou fé. Eu José Borges Mendes Cruz , tabelião que o escrevi e assino em publico e raso o selo com um selo de 500 reis - Manuel João Freire - Manuel Galvão - Manuel Mendes da Silva - António Francisco - José Francisco Garcia - Manuel Mendes - Em fé - logar do sinal publico de verdade - O tabelião José Borges Mendes Cruz - Logar dum selo de estampilho de tara de 500 reis inutilizado - É quanto se contem em o dito testamento que do original fielmente (?) para aqui fiz copiar que conferi e achei conforme , a que me reporto e ofereço em meu poder e cartório . Eu José Borges Mendes Cruz , tabelião que o subscrevi e assino em publico e ...(ilegível)
Em fé - B M - A Verdade
Ceia, 12 de Junho de 1895
Ass. o tabelião : José Borges Mendes Cruz
N.º 945 -Pagou de selo de verba a quantia de 2 mil reis.